“Campanha Contra a Carestia” se rearticula após aumentos abusivos nos preços dos alimentos
Publicada dia 24/04/2024 13:46
A “Campanha Contra a Carestia” que tem a FACESP como uma de suas organizadoras e outras como FMP, UNEGRO, UBM, Fórum em Defesa da Vida, CTB e MDM, realizaram nesta quarta (24), um debate que retoma a luta contra a carestia de produtos, e principalmente os alimentos da cesta básica, junta-se a isto, o combate aos juros que sangram as finanças do país e contribuem para o aumento geral de preços.
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O debate contou com uma mesa que teve Antonio J. Prado (economista, ex. ONU/FAO, ex. BNDES), Carlos E. Oliveira (presidente sindicato economistas/SP), Regina Paixão (ativista assistência social/Fórum em Defesa da Vida) e Nivaldo Santana (direção nacional da CTB). A mediação foi feita por Lidia Correa (FMP – Federação das Mulheres Paulistas) e Tonhão (liderança comunitária FACESP).
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Os economistas pontuaram que um dos fatores que reduzem a aprovação do presidente Lula nas pesquisas é a inflação dos alimentos, que entre 2020 e 2022 subiu 44,8%, para uma inflação média de 21%. Já em 2023 essa inflação dos alimentos caiu apenas 0,5%. Os preços monitorados pelo governo (água, luz, IPTU, IPVA) também foram o dobro da inflação, no período. Dentre os alimentos, os que menos subiram foram os ultra processados, nocivos a saúde.
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Eles destacaram que os governos Temer e Bolsonaro abandonaram os estoques públicos e desmontaram a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, que poderia controlar os estoques no mercado para baixar os preços de produtos agrícolas. Ao mesmo tempo a CONAB poderia comprar da agricultura familiar, impedindo que fossem vítimas de atravessadores, com capacidade de estoque que compram, seguram o alimento e vendem quando o preço está alto.
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Para ambos economistas, a Nova Política Industrial do governo inclui o estímulo a agricultura familiar, como a compra de tratores menores que podem aumentar a produção e baixar os preços. Hoje há um desequilíbrio nesse investimento: 73 bi – agricultura familiar e 270 bi para agro-negócio. Também disseram que a reforma tributária em discussão no congresso pode sugerir zerar os impostos da cesta básica.
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Regina Paixão que atua na assistência social, na região do Jd. Ângela, falou de sua convivência com famílias carentes, e que apesar da redução da miséria, ainda persistem bolsões de pobreza em distritos como Jd. Ângela, São Luiz e Cidade Ademar. Registrou que a prova dessa situação são as filas intermináveis nos CRAS para fazer o CADÚnico, em detrimento da falta de estrutura oferecida pela prefeitura de São Paulo. Ela também reforcou a denúncia contra a prefeitura, GCM e PM que passaram a perseguir ONGs que doam alimentos para população em situação da rua.
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O sindicalista, Nivaldo Santana (CTB) abordou o assunto, não pelos preços, mas pelo achatamento da renda dos trabalhadores. Disse que 50 milhões de pessoas dependem do bolsa-família, enquanto que 40 milhões são beneficiários do INSS, sendo que 25 milhões recebem 1 salário mínimo. Nivaldo credita essa brutal queda da renda à desindustrialização acelerada do País, que em 1980 tinha um parque industrial maior que a China e hoje oferece até 2 salários mínimos para a maioria dos trabalhadores, anulando seu poder de compra.
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Lídia Corrêa e Tonhão ouviram os parlamentares Eliseu Gabriel e Jussara Basso, e as lideranças representando movimentos de mulheres, população em situação de rua, sindical, moradia e comunitário, que também trouxeram grandes contribuições ao debate e a “carta” que será formulada pelas entidades que compõem a “Campanha Contra a carestia”. A idéia é apresentar essas propostas ao Presidente da República e dos demais poderes, para que ações sejam tomadas, enquanto que o movimento vai tocar a campanha nos bairros, envolvendo a população que sofre com a pobreza.
por Tonhão – Comunicação FACESP