Movimentos da Sociedade protestam fora e dentro da Câmara Municipal contra o loteamento da cidade, feito pela maioria dos vereadores e o Prefeito Ricardo Nunes, para atender setor da especulação imobiliária


Publicada dia 19/06/2023 09:31

Centenas de lideranças e entidades que se organizam na “Frente SP pela Vida” reuniram-se em frente a Câmara Municipal para protestarem contra o “Genocídio Urbano” promovido, primeiro pelo prefeito Ricardo Nunes, que entregou o Projeto da Revisão do Plano Diretor, sem a devida participação popular, e em segundo pela própria Câmara que soltou 52 audiências para acontecer em apenas 2 meses e em dias e horários inacessíveis para a maioria da população, e por fim apresentou um substitutivo, há uma semana da votação.

Do lado de fora, entre 17h e 19h – mesmo com frio e garoa – lideranças de movimentos de moradia, ambientais, associações de bairro e parlamentares leram manifestos, cartas e se revezaram em falas contra o “Grande Acordão” entre prefeito, sua base na Câmara e setor imobiliário, conforme documento vazado do vereador Adilson Amadeu que pedia uma “contra-partida à altura para reeleição do Prefeito”, por ser um projeto impopular. Para Tonhão, da FACESP e da Frente, “a Câmara se tornou um condomínio, onde Milton Leite, Rodrigo Goulart e Rubinho Nunes negociam a cidade, sem os cidadãos”.

Após as 19h, filas imensas dificultavam o acesso das pessoa ao interior da Câmara Municipal e parte dos manifestantes foram obrigados a assistirem a audiência no auditório externo, a uma baixa temperatura, sem telão, e por uma TV pendurada, que mal podia-se ouvir, demonstrando todo despeito pela participação popular, marca desta gestão.

Aberta a audiência, a palavra foi dada aos vereadores que compõe a Comissão de Política Urbana, a partir de seu presidente, Rubinho Nunes, na sequência, Silvia Bancada Feminista, Marlon Luz e Sansão Pereira, além dos parlamentares Celso Giannazi, Elaine do Quilombo Periférico, Eliseu Gabriel, Luana Alves e Toninho Vespoli, que haviam votado contra o projeto na primeira votação, e portanto teceram severas críticas em tom de denúncia, contra o substitutivo (PL 127/2023) do vereador Rodrigo Goulart.

Nesta última audiência programada, ao ter acesso a palavra, por 3 minutos, as lideranças dos movimentos e associações, ambientalistas e intelectuais foram unânimes em dizer, categoricamente que o que está em discussão não é uma “Revisão do PDE” e sim um novo Plano Diretor, que desvirtua completamente o Plano anterior. O projeto substitutivo do relator consegue ser pior que o do Prefeito, trazendo vários retrocessos para cidade e agradando apenas, o setor imobiliário que vai construir prédios cada vez mais altos, com mais garagens, invadindo bairros e pagando menos outorga onerosa ao FUNDURB, que reverte dinheiro para habitação popular e corredores de ônibus.

Rubinho Nunes, como sempre, desrespeitou as pessoas, principalmente as mulheres, fazendo questão de ignorar suas falas, virando o rosto, ou simplesmente ficando ao celular, enquanto elas usavam da palavra. Nunes também usou de arrogância ao ameaçar por várias vezes, encerrar a audiência, quando a galeria vaiou “seus moleques de MBL”, que vieram provocar os movimentos. As mulheres por sua vez, não deixaram de chamar a atenção do vereador e cobrar postura e respeito por parte dele.

A certo momento, e já muito irritados com o vereador, representante do capital imobiliário, passaram a escrachá-lo e a perguntar, porque ele, como corregedor da Câmara, ainda não puniu o vereador Adilson Amadeu, por servir de ajudante de ordens de Ricardo Nunes, ao pedir “contra-partida” ao Prefeito pela aprovação do projeto. Os movimentos de moradia já tem data definida para uma nova manifestação – 20 de junho, onde farão uma caminhada, da Praça da República até a Câmara, dia que haverá reunião dos vereadores que compõem o Colégio de Líderes.

por Tonhão – Comunicação FACESP

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