Marcha da Consciência Negra tem como centro a PEC da Reparação

Publicada dia 25/11/2025 16:07

Organizações do movimento negro como UNEGRO, CNA e MNU convocaram a “22ª edição da Marcha da Consciência Negra – Zumbi e Dandara 300+ 30” e tiveram ao seu lado, na Av. Paulista, as entidades FACESP, CTB, UBM, MDM e Partidos como Psol, Rede e PCdoB. A atividade cumpre o papel de, anos após ano, relembrar a memória de Zumbi e Dandara e garantir a representação dos negros nas instâncias de poder.

O ato teve concentração a partir das 14h e início com atividades culturais de samba, rap, reggae e poesia, seguido das falas das entidades nacionais que não deixaram de citar a permanente violência policial aplicada sobretudo a jovens negros da periferia, como na chacina do litoral paulista em 2023, ordenada por Tarcísio de Freitas, ou agora no RJ, com mais de 120 mortes, tendo como mandante o governador Cláudio Castro.

O racismo estrutural, como expressão de uma elite racista, e assimilada por uma parte da sociedade, se expressou, desta vez, na semana da consciência negra, no caso de ato de racismo religioso e violência institucional ocorridos na Escola de Educação Infantil (Emei) Antônio Bento, no bairro do Butantã (SP), onde um pai intolerante acionou a PM, que entrou armada na escola, porque sua filha havia feito o desenho de uma divindade africana, o que está previsto currículo do ensino de História da África.

O ponto alto da manifestação foi a fala do Deputado Federal Orlando Silva (PCdoB), relator da PEC (27) da Reparação, que insere um capítulo na CF sobre a promoção da Igualdade Racial e cria o Fundo Nacional de Reparação Econômica. Também em sua fala, o dirigente nacional da UNEGRO, Edson França, destacou “a urgência de conhecermos e debatermos a PEC 27, pois é um passo fundamental para corrigir injustiças históricas e construir um país mais justo e igualitário. A reparação é uma dívida da sociedade com o povo negro”.