Campanha Despejo Zero coloca Bloco na Rua, em SP, para impedir tragédia humanitária
Publicada dia 30/10/2022 09:17
Às vésperas de vencer, pela terceira vez a ADPF 828 (31/10), do STF, que suspende temporariamente os despejos por razões sanitárias, econômicas e humanitárias, FACESP/CONAM e os movimentos nacionais de moradia e comunitários realizaram mais uma jornada de atos pelo país afora para pressionar o judiciário a prorrogar por mais uma vez essa trava que impediria quase 1 milhão de pessoas de serem jogadas no olho da rua em todo país.
Em São Paulo, as entidades colocaram mais de 5 mil pessoas marchando pelo centro da cidade com faixas, cartazes e bandeiras e exigindo que no dia 31 de outubro não haja uma avalanche de despejos por todos os estados, aumentando ainda mais o número de moradores em situação de rua, agravando ainda mais a situação nos grandes centros urbanos. O ato contou com a presença do, agora Dep. Federal, Guilherme Boulos, que reforçará a luta dos “sem teto”, no parlamento.
Essa manifestação acontece num momento de enorme tensão política no país, numa eleição onde o atual presidente da república joga contra a democracia e os direitos do povo. É também um período trágico para milhões de brasileiros que passam fome, sofrem com a carestia e tem seus salários desvalorizados. Quase 10 milhões estão desempregados e outros 40 milhões padecem na informalidade. Para concluir sua maldade, Bolsonaro, além de ter acabado com o Programa Minha Casa Minha Vida, cortou 95,3% do orçamento da habitação.
Durante o trajeto, que partiu da Praça da República, houve a primeira parada na Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Ricardo Nunes (MDB), onde foi entregue um documento reivindicando a “suspensão imediata das reintegrações de posse realizadas pelo município de São Paulo”. A manifestação caminhou, com falas alternadas num caminhão de som, de lideranças de movimentos e de ocupações ameaçadas, até o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na região da Sé.
No Tribunal de Justiça/SP, foi protocolado o documento listando todas as preocupações dos movimentos. Além disso, conseguiram ser atendidos pela Juíza Presidenta do Gaorp Dra Ana Rita Figueiredo e o Juiz Assessor do Tribunal Dr Fausto Martins, que se comprometeram com uma nova reunião conosco, na próxima semana, diante da iminente ameça a milhares famílias em risco de despejo. Se comprometeram também, com a publicação de uma nova portaria para retomada do Gaorp no Estado, diálogo permanente com as entidades de moradia. Sugerimos audiência pública sobre conflitos urbanos, articulação com Prefeituras e adaptar o GAORP e o JT/SP a esperada resolução do CNJ, com orientações sobre remoções.
Participaram da Reunião: Filipe, Irene, Dito e André e pelo TJ a Juíza Presidenta do Gaorp Dra. Ana Rita e Dr. Fausto Martins da Assessoria do TJ. A FACESP participou ativamente da organização do ato, sua coordenação e mobilizou lideranças e dezenas de pessoas de comunidades e ocupações. Várias lideranças com Tata, Tais, Anderson (MNDPSR) e Freitas falaram, enquanto que Tonhão e André cuidaram da coordenação e da presença nas comissões que foram a Prefeitura e ao Tribunal de Justiça/SP.