Câmara Municipal ignora justiça e vontade da população ao aprovar privatização da SABESP


Publicada dia 04/05/2024 12:51

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (2), em segundo turno, o projeto que autoriza a Prefeitura a aderir à privatização da SABESP. A entrega da maior empresa de saneamento das Américas ocorreu com votos de 37 favoráveis e 17 contrários, sob mando de Milton Leite (presidente Câmara), Rubinho Nunes (presidente Comissão Política Urbana), Sidney Cruz (relator projeto privatização) e Fábio Riva (líder do governo Nunes).

O pleito ocorreu a toque de caixa, estranhamente, depois de investigações sobre a empresa de ônibus Transwolff, que tem relações antigas com o presidente da Câmara, o qual foi chamado para depor na condição de testemunha, sobre lavagem de dinheiro do crime organizado. Ocorre que a polícia de Tarcísio faz esta operação justamente quando Leite criava dificuldades para votar o projeto, de super interesse do governador.

Já Ricardo Nunes que colocou a Capital Paulista numa condição vergonhosa, mobilizou sua base na Câmara para fazer passar o PL da privatização da SABESP, a espera do apoio de Tarcísio à sua candidatura nas eleições municipais deste ano. Tanto é que duas horas após aprovação na Câmara Municipal, Nunes já havia sancionado o projeto.

A votação não respeitou a decisão do Tribunal de Justiça/SP, que obrigava a realização da segunda votação, apenas após à realização “de todas as audiências públicas agendadas e de outras, se forem necessárias, submetendo a todos os interessados acesso amplo ao projeto substitutivo, suas informações e o devido estudo de impacto Orçamentário, que não foi apresentado de forma satisfatória”. Com isso, no fim da tarde, e votação em curso, o MP/SP se manifestou dizendo que a decisão do TJSP significava que a votação do projeto estava suspensa.

A sessão foi marcada por tensão entre apoiadores e opositores do projeto, desde as primeiras horas da manhã. Primeiro na audiência pública das 11h, onde o Salão Nobre da Câmara recebeu um show de horrores, com Rubinho ofendendo a ver. Luana Alves, moleques do MBL com camisa de bolsonaro, xingando trabalhadores da SABESP de vagabundos, supostas “lideranças”, cabo eleitorais de Milton Leite, defendendo a privatização, até historiador de Santos, que contou estória da carochinha.

Tonhão, diretor da FACESP, falou o que vem repetindo em todas audiências, que a privatização é um acordo de traição entre o mercado e o Governo Tarcísio, que por consequência comprou o prefeito Nunes com apoio nas eleições de outubro. Ele também insistiu que não é verdade que a Capital não poderia mais impedir a privatização e relembrou o fracasso das privatizações da CPTM, Linha 8 e 9, ENEL e serviço funerário municipal. Os diretores: Francisco Freitas, Fábio Chagas, Luciano “Careca” e o militante Indio também falaram pela FACESP.

Na parte da tarde mais de 200 pessoas acompanharam a votação nas galerias, entre elas muitos sindicalistas e movimentos sociais, mas também assessores dos gabinetes da base de Nunes para defender a entrega da SABESP. Leite se irritou com as palavras de ordem: “Milton Leite, preste atenção, a justiça suspendeu a votação”, e mandou expulsar três manifestantes.

Do lado de fora da Câmara, o SINTAEMA convocou lideres sindicais e populares para um ato contra a privatização. Centenas de lideranças que foram impedidas de entrar, se somaram a manifestação. Cabos eleitorais de Leite, vindos da ZS ficaram rivalizando, ao lado do caminhão de som do sindicato, defendendo a privatização, sem saber que eles serão as maiores vítimas. “Bate-Paus”, ao que tudo indica, contratados por Leite, ficaram provocando e criando situações de confronto, o que foi evitado pela linha de frente do ato.

A luta contra a privatização da SABESP continua. O que está acontecendo hoje aqui na Câmara é absurdo! Milton Leite, presidente da Câmara, dá mais um golpe no povo de São Paulo, que já rejeitou com 61%, a privatização. Mas nós vamos continuar mobilizados”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema) José Faggian

por Tonhão – Comunicação FACESP

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