No Brasil e no mundo, os povos se levantam contra a carestia
Publicada dia 14/04/2022 15:55
por Tonhão – dirigente FACESP/CONAM
O mês de março trouxe mais uma triste notícia ao povo e aos trabalhadores brasileiros. A inflação bateu em 1,62%, a maior do últimos 28 anos (para o mês), desde 1994, quando foi criado o Plano real. Como para esse governo, “desgraça pouca pro povo é bobagem”, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, já avisou que a inflação, prevista de 4,7% para 2022 vai estourar o teto da meta, de 5%, e deve chegar a 7,1% no fim do ano. Para o espanto de todos, Campos disse estar surpreso com a inflação. Se ele fosse a um supermercado ou feira, como qualquer trabalhador, saberia que isso virou rotina.
Tarda ao Brasil lembrar de um passado, nem tão distante, onde nos anos ’80 – ainda na ditadura – mulheres da periferia se levantaram e enfrentaram a CARESTIA e o medo dos militares para exigir controle de preços dos gêneros de primeira necessidade e aumento de salários para seus companheiros – operários, cujo sindicatos estavam na ilegalidade. Foi uma década – entre 1973 e 1982 – de organização na base que trouxe muito aprendizado do “saber e fazer” popular. Um levante precisa acontecer novamente para o despertar do povo.
O Brasil vivencia uma crise social pior que a do Peru. Lá, por muito menos, o povo já saiu às ruas, houve confrontos com a policia e pelo menos 5 pessoas morreram. A CARESTIA dos alimentos e combustíveis foi o estopim para a revolta, inclusive da classe média, que não viu seus salários acompanharem a inflação. Embora seja um governo progressista, não conseguiu ainda se livrar de pilares neoliberais que retiram as riquezas dos país e mantem a desigualdade.
Na Ásia, Oriente Médio, América do Sul e Europa, o povo não tá querendo mais pagar a conta da crise capitalista. Os motivos que estão levando países como Peru, Sri Lanka, Paquistão e Grécia, à revoltas populares, inclusive derrubando governos, são mais ou menos os mesmos: inflação descontrolada de itens básicos como energia, gás, combustíveis e alimentos, somados a não correção e aumento dos salários. Essas tensões não ficarão limitadas a esses países e no Brasil a situação se torna a cada dia mais insustentável, uma vez que o governo Bolsonaro só agrava a crise.